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Lançamento da pesquisa “Memórias Apagadas na Terra da Liberdade”

Lançamento da pesquisa “Memórias Apagadas na Terra da Liberdade” e de mapa online de pessoas, iniciativas e infraestruturas negras marcam ações do Instituto Procomum na Semana da Consciência Negra, em Santos (SP).

A Baixada Santista é a região que possui a maior proporção de negros do Estado de São Paulo. Segundo o Censo Demográfico de 2000, por exemplo, os negros representavam 34,8% da população total da Região Metropolitana da Baixada Santista (cerca de 514 mil pessoas).

Por outro lado, Santos está entre as cidades com maior segregação racial do País.

A partir deste cenário, o Instituto Procomum – por meio do Lab Procomum, que acolhe diferentes comunidades de criação e práticas organizadas em torno de grupos permanentes – desenvolveu o Projeto Memórias, Narrativas e Tecnologias Negras da Baixada Santista, em parceria com o Instituto Ibirapitanga.

A iniciativa está em andamento desde 2020 e reúne coletivos de artistas, comunicadores, desenvolvedores de tecnologias e outros, com o objetivo de combater o apagamento histórico da população negra da Baixada Santista, afirmando o protagonismo negro no passado, presente e futuro da região.

Entre os projetos que serão apresentados nas plataformas do Instituto Procomum durante a Semana da Consciência Negra, pela mostra Reencontro LAB, estão:

Pesquisa

Memórias apagadas da terra da Liberdade” é um trabalho que consiste em ‘remexer’ e resgatar memórias dos povos negros na Baixada Santista, sobretudo em Santos, percorrendo o território urbano de hoje com o ‘olhar’ nas ‘cidades invisíveis’ de outros tempos.

No dia 17 de novembro, às 19h, pela plataforma Zoom será transmitido um encontro sobre o processo dessa pesquisa, realizada pelo jornalista Marcos Ferreira Gonçalves, que buscou reavivar a memória, ressignificar os espaços urbanos, revelando, reconstituindo e construindo novas narrativas e práticas de convívio.

Mapeamento de Iniciativas Negras

A primeira ação do Projeto Memórias, Narrativas e Tecnologias Negras da Baixada Santista, uma plataforma com mapeamento das iniciativas da pesquisa, está disponível no site.

Construída com a finalidade de mapear pontos que correspondem a iniciativas, pessoas e infraestruturas negras da Baixada Santista, a ferramenta já conta com 114 pontos mapeados em um cadastramento que incluiu tanto um chamamento para o público, quanto pontos mapeados pela própria equipe do LAB Procomum.

Produção artística

O projeto também realizou uma série de círculos de formação nas áreas de dados, audiovisual e artes plásticas entre outros. Depois de quase dez meses de pesquisa-ação, toda essa inteligência artística coletiva resultou em obras audiovisuais, exposições, séries fotográficas, intervenções no território, ensaios, ilustrações, podcasts e outros protótipos.

As produções, disponíveis no site, ajudam a entender como os diversos saberes podem contribuir para a construção de uma política e vida antirracista:

Ensaio fotográfico e documentário – Com o objetivo de resgatar as memórias, as histórias e os costumes das figuras negras da Baixada Santista, o documentário e ensaio fotográfico contou com a participação de 17 pessoas. Além dos depoimentos para a obra audiovisual, foram produzidas três fotos de cada convidado, fazendo alusão ao passado, presente e futuro.

O passado está representado por memórias de fotografias que revivem a infância de cada um. O presente traz a ideia de que todos carregam uma carga ancestral que reflete em seu atual momento. E para retratar o futuro foi perguntado aos participantes: qual fruto será gerado a partir de agora? Foram responsáveis pela realização do ensaio fotográfico: Augusto Pakko (conceito e direção de arte); Andrey Haag (conceito e fotografia); Juliana Freitas e Marina Pereira (produção); Breno Garcia (montagem e edição) e Sergio Otanazetra (trilha sonora). Já o documentário ‘Memórias Apagadas da Terra da Liberdade’ tem roteiro e direção assinados por Nilton Ferreira, Nildo Ferreira, Marina Pereira e Juliana de Freitas.

Acervo de Ilustrações – Para representar fatos, personagens e símbolos da  história negra da Baixada Santista, o LAB Procomum convidou duas ilustradoras negras para elaborar imagens a partir da pesquisa “Memórias Apagadas da Terra da Liberdade”.

As ilustrações “Pessoas, personagens negros importantes para a construção histórica da Baixada Santista“;, “Porto Negro” e “Feiras: Pontos de cultura e encontros” foram produzidas pela designer gráfica carioca, Inajah César. Já a ilustradora e artista gráfica Dani Emiliano, de São Vicente (SP), produziu as imagens “Bairro Macuco e Vila Mathias“; “Disputa espaço urbano“; e “Quilombos e Refúgios“.

Intervenção “Caixa Preta” – Construída com fabricação digital e tecnologias manuais, a ‘caixa preta’ se transforma em maquete e servirá de cenário para a contação de uma história ambientada em Santos nas últimas décadas do século XIX. A narrativa abordará a luta pela liberdade e cultura negra e tem como objetivos incentivar o pensamento crítico a respeito da história dos negros no Brasil e a relação desta história com o racismo e a segregação racial da atualidade.

Exposição Virtual “Os Mares Nunca Navegados” – Realizada a partir de uma pesquisa, a exposição virtual “Os Mares Nunca Navegados“, composta por cinco capítulos, retrata o Porto de Santos sob uma nova ótica, resgatando memórias, lutas e sonhos da população negra da Baixada Santista.

  • Capítulo 1: As Personagens – o Grupo de Trabalho (GT) Marsha reflete sobre o apagamento histórico de mulheres negras do passado e presente. A partir de entrevistas realizadas com dez homenageadas – Ana Paula Ribeiro, Aurélia Rios, Bete Nagô, Cintia Neli, Day Rodrigues, Dida Dias, Djamila Ribeiro, Maria Patrícia Fogaça, Marina Pereira e Preta Rara – foram criadas biografias poéticas. E, junto com fotos das homenageadas, versos selecionados compõe a arte de lambe-lambes que, além de serem apresentados na exposição virtual, foram espelhados pelas ruas de Santos.
  • Capítulo 2: 25 de janeiro – O fotógrafo Victor Sousa investiga a história de seu bisavô: Alberto Marinho, um marinheiro negro, que sai da condição de escravo para tornar-se um dos práticos mais importantes do Porto de Santos. Para isso, fotografa retratos de família, colando negativos e sobrepondo imagens.
  • Capítulo 3: Mar, língua e pajubá – o jornalista e artista Gustavo Pereira, publica quatro ensaios sobre o corpo e o Porto com ilustrações e pinturas autorais.
  • Capítulo 4: Os quintais da resistência – a fotógrafa, artesã e militante Bete Nagô mostra como os quintais da resistência quilombola urbana se fazem presentes em seu cotidiano e militância.
  • Capítulo 5: O brincar das crianças negras – a fotógrafa Luiza Serra caminha pelas memórias de sua infância e pelo sonho de outras crianças negras em fotografias que jogam no contraste da juventude e da nostalgia.

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Written by: Ana Leichiringue

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