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Animais Submersos

Animais Submersos

Escritora carioca Priscila Gontijo lança Animais Submersos, seu primeiro livro de contos, em São Paulo e Rio de Janeiro

A autora também é dramaturga e roteirista, tendo participado da sala de roteiro de produções como “Dom”, série que acaba de estrear a segunda temporada no Amazon Prime Video.
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Foto 1: Capa de Animais Submersos
Foto 2: Priscila Gontijo. Créditos: Iara Morselli
Fotos disponíveis neste link

A escritora, dramaturga, roteirista e professora Priscila Gontijo, autora dos romances Peixe Cego (finalista do Prêmio São Paulo de Literatura em 2017) e O Som dos Anéis de Saturno (semifinalista do Prêmio Oceanos em 2021), lança seu primeiro livro de contos, Animais Submersos, pela editora Quelônio, no dia 18 de abril, terça-feira, 19h, na Livraria da Travessa de Pinheiros; e, no Rio de Janeiro, na Livraria da Travessa de Ipanema no dia 27 de abril, quinta-feira, 19h. O projeto do livro foi contemplado pelo ProAC – Programa de Ação Cultural nº 19/2021.

Composto por 17 narrativas breves, o livro foi escrito, em sua maior parte, durante a pandemia de coronavírus como uma necessidade radical de interlocução. “Os contos surgiram de uma necessidade vital de vivenciar encontros durante o isolamento. Ainda que tenha nascido desse desejo de convivência, o livro não tem a pandemia como tema, mas como estímulo criador. Desse modo, o erotismo emergiu nas páginas provando que Eros e Thanatos, princípios de vida e morte, não vivem um sem o outro. Só através do desejo consegui sondar a morte. Essa sinistra dinâmica pulsional percorre todas as narrativas do livro. Os animais submersos também estão encharcados de suor e sêmen, já que o corpo real tinha o seu movimento bloqueado, em perigo de contágio “, conta Gontijo.

Antes de iniciar a criação de Animais Submersos, Priscila enveredou pela leitura de narrativas breves, como modo de lidar com o isolamento. “É como se as narrativas curtas fossem a forma que cabia na urgência imposta pela pandemia, quando a gente desconhecia tudo sobre o que estava acontecendo e ninguém sabia se iria sobreviver “, finaliza a autora. Ela diz ter se inspirado em obras como Perecíveis, de Elisa Band; Tipos de Perturbação, de Lydia Davis; e Pássaros na Boca, de Samantha Schweblin.

Em Animais submersos, a partir de múltiplas vozes, as narrativas flagram encontros entre pessoas de diferentes idades e classes sociais. São criaturas sempre inapropriadas, que não correspondem aos anseios normativos das convenções sociais. Isso resulta em duelos inusitados, por vezes incômodos, cheios de contrastes. A presença de animais é outra característica que permeia os contos. O volume traz narrativas como as de uma septuagenária que se relaciona com um garoto de programa, uma mulher que procura o lugar ideal para se matar e também uma jovem que busca trabalho como garçonete, mas se vê empregada num restaurante exótico que explora a beleza das meninas por uma via singular.

“O livro é permeado de pessoas com as quais nos deparamos diariamente, nas esquinas, nos metrôs, nas igrejas, nas praças, cidadãos aparentemente normais, mas que estão em franca desagregação mental, seres convulsionados. São personagens à beira, no umbral da existência, em colapso, naufragados por dentro. Essas criaturas transitam pela cidade em busca de algum afeto, de alguma interlocução, mínima que seja. De todo modo, ainda que reais, estão deslocadas da realidade por alguma situação adversa ou por um desvio interior. Essas figuras estão assustadas diante da finitude e da solidão. Elas se movimentam em direção ao outro em desafio, pois sabem que só vivendo em relação é possível alguma sanidade. Acho que o livro carrega um tom expressionista, sentimentos exacerbados de vazio e desespero, que são características que nos aproximam ainda mais do humano. Um robô é frio, é todo calculado, não convulsiona. O que nos diferencia é a nossa angústia interior.”

Enquanto escreveu Animais Submersos, Gontijo também fez parte da equipe de roteiristas da segunda e terceira temporadas de “Dom”, série original do Amazon Prime Video, dirigida por Breno Silveira e produzida pela Conspiração Filmes.

Trecho da orelha, por Adriana Armony

“Nos contos de Animais submersos, paradoxalmente, Priscila Gontijo está em terra. Por meio do confronto de vozes, se revelam e se (re)produzem os paradoxos do real e do imaginário que nos movem, tanto na experiência individual como na coletiva. A essas vozes, se acrescenta a experiência do corpo feminino. As mulheres gontijeanas são fortes, sexualizadas, às vezes implacáveis, tragadas pela violência e até pela crueldade do desejo.”

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Written by: Lucas Nóbrega

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