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Dismorfia Corporal

Dismorfia Corporal: Megan Fox destaca a importância de falar sobre o transtorno que afeta a percepção do corpo

A cirurgiã plástica Thamy Motoki explica o transtorno que atinge cerca de 4 milhões de pessoas no Brasil e conta como proceder quando recebe pacientes com esse quadro

Vivemos em uma época em que a preocupação com a aparência atinge níveis alarmantes. Com a prevalência das redes sociais, o uso intenso de telas e câmeras, e os padrões de beleza impostos, as pessoas anseiam desesperadamente se encaixar nesses modelos. Inicialmente, utilizam filtros milagrosos que proporcionam um rosto próximo do ideal desejado. Em seguida, desejam que esses filtros se tornem realidade, buscando procedimentos estéticos.

A famosa atriz Megan Fox, de 37 anos, revelou em uma entrevista à Sports Illustrated que sofre de dismorfia corporal, um transtorno que altera a forma como a pessoa enxerga a si mesma, resultando em percepções distorcidas e pensamentos obsessivos em relação ao próprio corpo. A estrela de “Garota Infernal” afirmou: “Eu nunca me vejo como as outras pessoas me veem. Nunca houve um ponto na minha vida em que eu amei meu corpo, nunca”. Megan Fox compartilhou que a jornada de aceitação e amor-próprio será contínua.

“A busca por um corpo perfeito, a ‘beleza de filtro’, aumenta cada vez mais com as redes sociais. Isso pode influenciar negativamente a percepção da imagem corporal. As pessoas se comparam mais umas às outras e desejam parecer impecáveis tanto nas redes quanto na realidade”, afirma a Dra. Thamy Motoki, cirurgiã plástica membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.

O problema surge quando essa busca incessante pela aparência perfeita se transforma em um transtorno psicológico sério, paralisando a vida do indivíduo. Isso ocorre quando a pessoa se incomoda de forma desproporcional com alguma característica do seu corpo, como uma manchinha, marca de expressão, formato do nariz, orelha ou perna, entre outros aspectos.

No entanto, muitas vezes essas “imperfeições” são perceptíveis apenas para a pessoa ou são supervalorizadas. Ela começa a se olhar obsessivamente no espelho ou evita-o completamente. Além disso, busca se isolar socialmente, acreditando que está feia e não se encaixa nos padrões.

Quando isso ocorre, é provável que a pessoa esteja enfrentando um quadro de Dismorfia Corporal, também conhecido como Transtorno Dismórfico Corporal. Esse transtorno envolve uma preocupação excessiva com o corpo e uma percepção distorcida da imagem. Estima-se que o problema afete cerca de 4 milhões de pessoas somente no Brasil e até 2% da população mundial.

“A Dismorfia Corporal é um transtorno psicológico que afeta negativamente a autoestima e tem um impacto na vida profissional, nos estudos e nas interações sociais”, destaca a Dra. Thamy.

A Dra. Thamy relata que já recebeu muitos pacientes com esse transtorno em seu consultório. Esses pacientes desejam corrigir, por meio de cirurgias, um problema que não existe na realidade, apenas em suas mentes. “A abordagem nesses casos não é simples. O próprio paciente muitas vezes não tem consciência do problema e precisa de alguém que o escute e o acolha de maneira adequada. Como cirurgiã plástica, tento mostrar na vida social e profissional, e isolamento social.

Segundo a Dra. Thamy, o tratamento da dismorfia corporal pode envolver psicoterapia, uso de medicamentos psiquiátricos e técnicas de relaxamento. É fundamental que o paciente seja acompanhado por uma equipe multidisciplinar, com profissionais da saúde mental e da saúde física, para que possa receber um atendimento completo e integrado.

A conscientização sobre a dismorfia corporal é fundamental para ajudar a prevenir e tratar essa condição. É preciso que as pessoas entendam que os padrões de beleza impostos pela sociedade são irreais e que a perfeição não existe. Cada indivíduo é único e possui sua própria beleza, que não deve ser medida por parâmetros externos.

Por fim, é importante que profissionais da saúde, como cirurgiões plásticos, estejam atentos aos sinais da dismorfia corporal e saibam como abordar e tratar seus pacientes com essa condição. A conscientização e o cuidado são essenciais para ajudar as pessoas a se sentirem bem consigo mesmas e a terem uma vida saudável e feliz.

 

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Written by: Lucas Nóbrega

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