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Festival Curta Cinema: Em comum, os filmes falam sobre a sexualidade feminina
O Festival Internacional de Curta-Metragens do Rio de Janeiro, o Curta Cinema, traz em sua 31ª edição a mostra “Realizadoras Francesas de Curta-metragem”, com cinco produções dirigidas por mulheres francesas. Os filmes inéditos no Brasil têm a feminilidade bastante presente em suas tramas e muitos deles põe em debate a sexualidade feminina, inclusive nesses tempos de distanciamento social. A mostra não competitiva estará em cartaz amanhã, dia 4, às 17h, no Estação Net Botafogo, no Rio de Janeiro. Fazem parte da seleção “Hot Spot”, “Jouir”, “L’effort Commercial”, “Shakira” e “Toutes Les Nuits”. Detalhes da programação estão disponíveis no site.
Durante a pandemia, quando a sexualidade precisou evoluir, a diretora Ananda Safo foi em busca de testemunhos íntimos de mulheres. O objetivo era que as convidadas, de diferentes esferas da vida, contassem memórias e tentassem descrever o que acontecia quando se deixavam levar por seus desejos, por seus prazeres em solitário. “Jouir” reúne 14 depoimentos que tratam, com veracidade e poesia, o tema da masturbação feminina, ainda considerada tabu apesar de certos desenvolvimentos na sociedade.
“Toutes Les Nuits”, de Latifa Said, tem como cenário Belleville, um popular bairro parisiense. Nadia vive sozinha com Samy, seu filho de 15 anos, e ensina francês para prostitutas chinesas em uma associação. Comprometida com o trabalho, ela é próxima de uma de suas alunas, Mei, que está economizando dinheiro para trazer o filho para a França. Uma noite, Mei é presa pela polícia e enfrenta a deportação. Nadia faz de tudo para evitar que a aluna continue com o filho longe dela.
Na geologia, um hot spot é uma zona hipotética de formação de magma com base no revestimento de um planeta. O conhecimento sobre os pontos quentes ainda é muito incompleto, assim como os do orgasmo feminino. No curta “Hot Spots”, quando Adèle tem que lidar com o funeral de seus pais, ela tem um orgasmo eterno. Anaïs Couet-Lannes é a diretora responsável pela obra.
Em “L’effort Commercial”, Lea começa a trabalhar como caixa em uma grande rede de supermercados. Em um ambiente vazio e frio, ela logo descobre o mundo do trabalho, governado por regras que a forçam a se posicionar. O filme é de Sarah Arnold, diretora suíço-italiana que vive em Paris e explora a noção de responsabilidade política, bem como a relação que o homem tem com seu meio ambiente em suas produções.
Já “Shakira”, acompanha a jovem cigana Shakira enquanto tenta salvar sua família de um retorno à rua e conhece Marius, um membro de uma gangue de ladrões. O filme de 2019 é dirigido por Noémie Merlant, indicada duas vezes ao César Awards, prêmio mais importante do cinema francês, por seu trabalho como atriz.
Para debater o tema “Perspectivas Femininas no curta-metragem”, o festival vai reunir um grande time de mulheres na sexta, dia 5, às 17h, no canal do Youtube do Curta Cinema, com tradução simultânea do francês. O bate-papo será comandado por Cíntia Domit Bittar, sócia-fundadora da Novelo Filmes, produtora liderada por mulheres, e terá como participantes Anaïs Colpin, da distribuidora Maniffest; Anaïs Court-Lannes, diretora do filme “Hot Spot”; Latifa Saïd, diretora do filme “Toutes les Nuits” e Laura Rohard, programadora do Festival de Québec e membro do júri da Competição Nacional. Para participar, basta acessar.
A 31ª edição do Festival Curta Cinema está sendo realizado com o Apoio da RioFilme, Embaixada da França, Goethe Institut, Instituto Cervantes e Bureau de Québec em São Paulo.
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