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Ora-pro-nóbis: você conhece a versatilidade dessa planta?
Sendo a nova “queridinha” do momento, além do uso medicinal, a planta é ornamental e uma PANC
Vinda do latim, a expressão “Ora pro nóbis”, significa orai por nós, uma frase frequentemente proferida nas missas católicas. E segundo uma lenda popular, nos tempos coloniais, na região de Minas Gerais, algumas igrejas tinham cercas feitas da Pereskia aculeata (nome científico), ao redor das igrejas. Os padres, porém, não deixavam a população colhê-la. Mas no momento que realizavam a missa, que nessa época era em latim e de costas para os fiéis, as pessoas aproveitavam para pegar a planta. Dessa maneira, quando o padre dizia “ora-pro-nóbis”, todos entendiam a deixa para começar a colheita e daí surgiu o nome.
Atualmente a planta tem sido muito falada na mídia e entre a população, ganhando destaque principalmente como uma planta medicinal indicada para diversos casos. Mas você sabia que a Ora-Pro-Nóbis também é uma PANC? Este é o nome dado as “Plantas Alimentícias não Convencionais”. Além disso, com flores e frutos exuberante, ela também pode ser uma boa opção para compor os jardins e ornamentar os ambientes.
O Engenheiro Agrônomo da Forth Jardim, Marcos Estevão Feliciano, explica que há espécies variadas de Ora-Pro-Nóbis, cada uma com suas características e modos de cultivos específicos. Para quem deseja conhecer um pouco mais de sua versatilidade e tem interesse em cultivá-la, o profissional dá dicas:
Pereskia aculeata
Nomes populares: ora-pro-nóbis, trepadeira-limão, carne-de-pobre
Características: Como o nome já diz, possui acúleos “falsos espinhos”. Essa variedade forma um arbusto e quando plantada próxima aos muros ou pergolados, se fixa nos apoios como uma trepadeira. É nativa no Sul, Sudeste e Nordeste do país e suas flores são brancas e seus frutos arredondados, amarelados e com gloquídeos “espinhos curtos”.
Propagação: Por pedaços dos ramos (estaquia) ou por sementes
Cultivo: Tolera solos de baixa fertilidade, mas se desenvolve muito melhor quando adubada com fertilizantes completos. Pertence ao grupo das cactáceas, e como os cactos, não tolera encharcamento.
Usos culinários: As folhas são muito apreciadas cruas em saladas, ou cozidas em pratos quentes. Possuem alto teor de proteínas, podendo chegar até a 32% na matéria seca, excelente fonte para quem é vegetariano e vegano. Os frutos podem ser consumidos in natura, para fazer geleia ou doce de corte. E as flores jovens, (sem acúleos) também podem ser usadas para saladas, salteadas puras ou com carnes e para omeletes.
Usos no paisagismo: Pode ficar expostas a pleno sol conduzida como trepadeira, amparando a ramagem em suportes, pergolados, muros, paredes ou cercas.
Pereskia bleo
Nomes populares: ora-pro-nóbis-amazônico, cariru-de-espinho, cacto-de-folha
Características: É um cacto arbustivo até arbóreo, que pode atingir até 8m de altura. Nativo da América Central, tem flores grandes de cor alaranjada, frutos em forma de pião ou sino, de cor amarelada e sem espinhos.
Propagação: Por pedaços dos ramos novos (estaquia)
Cultivo: Pode ser cultivada em pleno sol ou meia-sombra e não tolera geadas. Prefere solos bem aerados e drenantes rico em matéria orgânica.
Usos culinários: As folhas são muito gostosas, podendo ser consumidas cruas, refogadas, na farofa, sopas, omeletes e em pães. Já as flores podem ser consumidas cruas, refogadas, ou para obtenção de um molho vermelho. Os frutos são bem ácidos, ideal para geleias, sucos, mousses, licores e sorvetes.
Usos no paisagismo: Pode ser plantada sozinha ou em grupos para formar conjuntos. Também pode ser plantada em fileiras lado a lado e ser conduzida como cerca viva.
Pereskia grandifolia
Nomes populares: ora-pro-nóbis, rosa-madeira, groselha-da-américa
Características: Um arbusto grande ou arvoreta suculenta podendo chegar a 5m de altura. Nativa no Nordeste, Sudeste e Sul (exceto RS, onde é cultivada) do país. Suas flores são róseas, seus frutos verde-amarelados e sem espinhos e costuma perder suas folhas no inverno.
Propagação: Por pedaços dos ramos (estaquia)
Cultivo: Pode ser cultivada em pleno sol e plantada diretamente no solo, desde que seja bem drenante, sem acúmulo de água.
Usos culinários: Suas folhas podem ser consumidas somente após o branqueamento ou cozimento, pois cruas causam uma certa picância na garganta, possivelmente pela presença de saponinas, logo seu consumo não pode ser por longos períodos, a sugestão é variar com outros tipos de alimentos. As folhas podem ser utilizadas para bolinho frito ou refogadas com carnes. Já as flores podem ser consumidas refogadas no arroz ou feijão.
Usos no paisagismo: É pouco usada no paisagismo no Brasil, sendo mais facilmente encontrada em cercas divisórias de propriedade em zona rural.
De modo geral as três espécies, quando cultivada em vasos, precisam de substrato, um aerado, de preferência um próprio para suculentas e cactos. Além disso, o ideal é fazer uma boa drenagem do vaso com manta e pedras. Quando plantada diretamente no solo pode-se fazer a mistura de: 1 parte de terra do local, 1 parte de condicionar de solos e 1 parte de areia média. E em relação a adubação, um fertilizante mais completo que pode ser indicado é o: NPK 13 05 13 + 9 nutrientes.
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