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César Meneghetti inaugura a exposição em Veneza
Nesta quinta (18) foi inaugurada na Galleria Giorgio Franchetti all Ca’d’Oro – um dos mais prestigiados palácios do gótico tardio na Itália –, em Veneza, a exposição “Naufrágios – Desembarques”, do artista brasileiro César Meneghetti e das Oficinas de Arte da Comunidade de Sant´Egidio de Roma, que investigam com o seu trabalho os limites que dividem as pessoas do nosso tempo, para tornar audíveis as vozes que não ouvimos.
“Naufrágios – Desembarques”, que tem a curadoria de Alessandro Zuccari, é uma exposição que surge das reflexões compartilhadas entre grupos de artistas com deficiência e César Meneghetti, sobre as viagens de imigrantes e a tragédia de muitos que perderam a vida tentando chegar à Europa: nomes, histórias e números.
Meneghetti, no átrio do Ca’d’Oro, criou uma evocativa videoinstalação: num painel de 10 metros em led, um mar criado digitalmente, e nomes dos migrantes e vozes dos artistas das oficinas que recitam seus nomes enquanto esse mesmo mar se desintegra até tornar puro fluxo, até se tornar uns e zeros. Zeros, assim como muitas identidades e nomes dos afogados não são conhecidos pela pesquisa.
No mosaico do chão, desenhado por Giorgio Franchetti (1865-1927) para evocar os das primeiras basílicas cristãs, estão 3.129 pequenos barcos de papel, frágeis como botes ou escunas, criados por pessoas com deficiência nas Oficinas de Arte da Comunidade de Sant’Egídio.
César Meneghetti e os Laboratórios de Sant´Egidio, convencidos de que a arte não deve excluir ninguém, ativam um processo inclusivo para eliminar preconceitos. Desta forma, a fragilidade destes artistas transforma-se numa força comunicativa, contrariando a cultura do “descartável”, que faz dos mais frágeis objetos de isolamento, rejeição ou prisão, em vez de pessoas ativas e integradas.
A exposição “Naufrágios – Desembarques” fica em cartaz até 15 de setembro.
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