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Dia contra a Homofobia: o que pensam os brasileiros?
Dia 17 de maio marca o Dia Internacional contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, uma data voltada para a conscientização sobre a violação dos direitos da comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Transexuais (LGBT+). Esse evento é celebrado há mais de duas décadas e coincide com a retirada da homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças (CID) da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A data também é muito relevante para o Brasil, pois a comunidade LGBT+ representa um nicho significativo da população. De acordo com um estudo realizado por meio da YouGov Profiles, 4% dos consumidores adultos pesquisados se identificam como homossexuais, 5,5% se declaram bissexuais e 2,5% têm outra preferência sexual. Outros 4% preferiram não especificar sua preferência sexual.
A esses consumidores devem ser acrescentados aqueles que têm uma identidade de gênero diferente daquela que lhes foi atribuída no nascimento e que não está relacionada à sua sexualidade. Isso significa que, potencialmente, cerca de um quinto dos brasileiros com mais de 18 anos de idade faz parte da comunidade LGBT+.
Levando em conta apenas sua sexualidade, a Profiles indica que os membros desse grupo tendem a ser mais numerosos em determinados nichos demográficos. Por exemplo, as mulheres e os jovens de 18 a 34 anos têm estatisticamente mais probabilidade de citar uma preferência sexual que os colocaria na comunidade LGBT+.
Qual é o grau de abertura dos brasileiros em relação à comunidade LGBT+?
Embora uma parcela significativa dos consumidores do país faça parte desse grupo, nem todos os brasileiros têm atitudes positivas em relação à comunidade LGBT+. Ainda nos dados da Profiles, apenas um quarto dos entrevistados no Brasil (26,4%) concorda que é normal um homem usar roupas femininas e vice-versa. Quase a metade (44,4%) acredita no contrário. Isso pode ser interpretado como uma desaprovação das comunidades de transgêneros e/ou travestis.
Por outro lado, quatro em cada 10 brasileiros acreditam que as pessoas deveriam aceitar que existem mais de dois gêneros. Menos de um terço dos entrevistados discorda dessa ideia. Isso pode ser interpretado como um apoio mais ou menos amplo a uma das questões mais importantes para a comunidade LGBT+. Da mesma forma, a grande maioria da população concorda que as famílias podem ser amorosas e apoiar umas às outras sem a estrutura historicamente tradicional.
É importante mencionar ainda que mais da metade dos brasileiros disse não concordar nem discordar da ideia de que os estereótipos de outros grupos de pessoas geralmente são verdadeiros. Embora essa afirmação não se refira especificamente à comunidade LGBT+, ela pode refletir que muitos brasileiros ainda mantêm, pelo menos às vezes, muitos preconceitos sobre esse grupo.
Ele também destaca que, em vários aspectos, os brasileiros parecem ser menos tolerantes com a comunidade LGBT+ do que outras regiões do mundo. De acordo com a YouGov Global Profiles, em 19 de janeiro, 63,2% dos entrevistados no país disseram que as famílias podem ser amorosas mesmo sem a estrutura historicamente tradicional. Embora o percentual seja estatisticamente maior do que o registrado no restante da América Latina (57,3%), ele é menor do que os números da Europa e Austrália (68,3%), África do Sul (73,6%) e região da América do Norte (73,9%).
Em comparação com todos os consumidores observados pela Global Profiles internacionalmente, os brasileiros também estão menos dispostos a aceitar a existência de mais de dois gêneros (47,6% vs. 42,7%, respectivamente). Eles também são menos propensos a dizer que é normal que um homem use roupas femininas ou vice-versa, em comparação com o número global. Na verdade, a porcentagem de consumidores que concordam com essa afirmação (27,4%) é ainda menor do que a registrada para o restante dos entrevistados latino-americanos e consumidores europeus.
Esses dados são relevantes neste 17 de maio, porque refletem a magnitude do desafio que temos pela frente no Brasil. Apesar dos enormes ganhos que foram obtidos nos últimos anos em favor da comunidade LGBT+, está claro que muitos consumidores no país ainda desconfiam e não aceitam plenamente muitos de seus grupos minoritários. Por esse motivo, é preciso continuar trabalhando para tornar essa população mais visível e lembrar que ela merece o mesmo respeito e direitos que todos os outros.
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