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Lilia Schwarcz assina curadoria de “Direito à Memória”
De 19 de março a 22 de junho de 2024, a Casa Zalszupin – casa museu idealizada por Lissa Carmona sob gestão conjunta da ETEL e Almeida & Dale Galeria de Arte – sedia a exposição “Direito à Memória – arte afro-brasileira, indígena e outros modernismos”, com curadoria da historiadora e antropóloga Lilia Schwarcz, recentemente eleita imortal pela Academia Brasileira de Letras (ABL).
Neste ano de 2024, a primeira constituição brasileira faz 200 anos. Segundo a curadora, brasileiros e brasileiras foram socializados por uma história de matriz colonial, branca, masculina, europeia e, por demais, vinculada às elites locais: “A história da arte nacional restou marcada por esse mesmo tipo de discurso e de representação dominantes”, afirma. Na mostra, Lilia propõe-se a incluir outros modernismos para decorar provisoriamente a Casa Zalszupin. Modernismos de raiz afro-brasileira e indígena, contando também com grande presença feminina.
As obras apresentadas homenageiam artistas durante muito tempo invisibilizados em sua arte de grande qualidade. Não se trata de incluí-los no modernismo, mas de abrir a porta para outros, dissidentes, e que dialogam de perto e de forma também ambivalente com a casa. A exposição traz referências e citações às obras e aos móveis originalmente expostos no local, dispondo em diálogo a tradição e o contemporâneo, afastando classificações próprias de nosso cânone artístico ainda muito eurocêntrico, que jogou para o lugar do “artesanato” ou da “arte popular e naïve” toda uma produção que explode na sua brasilidade desafiando o conceito mais estabilizado de modernismo e modernidade.
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