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O poder da saúde mental na liderança
Já faz um tempo que o papel das lideranças na manutenção da saúde mental e bem-estar dos colaboradores é um dos principais assuntos nas empresas. De acordo com uma pesquisa feita pelo Workforce Institute – que entrevistou mais de 3000 pessoas em dez países – as lideranças impactam mais a saúde mental dos colaboradores (69%) do que terapeutas (41%) e tanto quanto um cônjuge ou parceiro amoroso.
Os números são preocupantes e, por isso, é preciso analisar que os cargos de gestão também sofrem com pressões para atingir metas e resultados, além do aumento da responsabilidade de manter a produtividade do time. “Com um cenário de alta demanda por resultados e uma pressão para serem executivos de alta performance, os líderes estão mais suscetíveis a sofrer com estresse e ansiedade. Além disso, existe ainda uma cultura dos gestores não mostrarem suas “fragilidades”, por terem medo de que isso seja usado como uma falta de aptidão para manter o seu cargo.” comenta Carine Roos, socióloga e CEO da Newa, empresa de consultoria em DE&I e saúde emocional para as organizações.
O estigma pontuado pela CEO, não está só em demonstrar, mas também em reconhecer a estafa mental. Com rotinas tomadas por reuniões, metas inalcançáveis, sem tempo para descanso e lazer, os líderes veem sem espaço na agenda para olharem para si mesmos. “Os gestores acabam desconectados de si mesmos e, por consequência, de seus times. Muitas vezes, para manter o nível de “produtividade”, alguns ficam conectados 24 horas por dia, especialmente quando lidam com clientes que não respeitam finais de semana e horas de descanso”, pontua a socióloga.
Por isso, Carine aponta a necessidade fundamental da organização de priorizar de forma assertiva a saúde mental de todos os colaboradores, incluindo os gestores, principalmente prevenindo que chegue em um estado mais grave. “Quando vemos um gestor com dificuldades de tomar decisões que eram fáceis anteriormente, menos empolgado com o trabalho e menos empático com a equipe, é preciso ligar um alerta. Do contrário, ele pode se tornar um terreno fértil para problemas emocionais.” Nesse sentido, a CEO aponta outras prevenções que as empresas podem investir em 3 ações:
1- Terapia como benefício corporativo
Em alguns casos o líder só precisa que alguém escute seus problemas sem necessariamente achar soluções. Isso também pode servir de estímulo para que outros colaboradores procurem a terapia como forma de cuidado com a saúde mental, sendo um benefício que deve ser estendido a todas as pessoas da organização.
2- Mudança na cultura corporativa
É preciso oferecer um ambiente seguro para que o gestor consiga ser vulnerável com outros líderes ou até mesmo com o RH, onde eles irão encontrar um tratamento humanizado e inclusivo. Conforme os gestores mostram que a empresa é preocupada com o tema e está disponível para todos.
3- Investimento em capacitação de gerenciamento das próprias emoções
Promover workshops e treinamentos sobre saúde mental para estimular a consciência das emoções para conseguir identificar os momentos de exaustão e ansiedade.
Além de promover um ambiente mentalmente saudável, o investimento na saúde emocional e mental dos colaboradores é um ganho econômico para as empresas, visto que, segundo um estudo feito esse ano pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais, devido aos efeitos dos transtornos mentais como burnout e a ansiedade, o impacto na produtividade das companhias causa a redução de 800,7 mil empregos gerados no país por ano. Em massa salarial a perda é de R$ 164,7 bilhões. “É mais produtivo para as organizações investirem em prevenção do que afastar o colaborador das suas atividades, especialmente os líderes, que gerenciam um time inteiro. Líderes felizes e saudáveis, lideram times engajados e prósperos”, conclui Carine Roos.
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