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SAÚDE MENTAL ANIMAL: SEJA A AJUDA QUE SEU PET PRECISA
Veterinária e CEO da Clinicão revela como prevenir, identificar e tratar depressão, ansiedade ou estresse nos animais domésticos
Quando o isolamento social na pandemia se fez necessário, o vínculo com animais de estimação se mostrou um importante aliado na busca por equilíbrio emocional. Uma pesquisa realizada pela UIPA (União Internacional Protetora dos Animais) evidenciou um aumento de 400% na procura por adoção de animais durante a pandemia de Covid 19. Estar na companhia de cães e gatos não só reduz a sensação de solidão, como também podem auxiliar no tratamento de quadros de depressão, ansiedade e estresse, segundo estudos. Paralelamente, questões relacionadas à saúde mental dos animais têm ganhado força.
Por muitos anos, os estigmas relacionados ao sofrimento psíquico afastaram as pessoas da busca por acompanhamento profissional. A falta de um debate transparente sobre saúde mental também impede que tutores reconheçam sinais de desequilíbrio emocional em seus animais. Segundo Monique Rodrigues, veterinária e CEO da Clinicão, antigamente o contato direto com os pets era feito apenas pelo médico-veterinário clínico e sem aprofundamentos. Uma prova que avançamos nesta discussão é a especialização de médicos-veterinários comportamentalistas, profissionais especializados no diagnóstico, tratamento e prevenção de distúrbios de comportamentos.
– Esta questão passou a ser mais estudada e atual. Por ter essa especialização, tais profissionais conseguem identificar problemas a partir de reações comportamentais dos animais, agindo diante dessas causas – comenta Monique, ressaltando que outros profissionais como os adestradores são aliados na busca por melhores condições de vida para os pets, contribuindo na melhora comportamental e consequentemente da saúde.
Uma via de mão dupla
Enquanto os animais contribuem para a manutenção da saúde mental dos seres humanos, seus tutores precisam proporcionar a qualidade de vida necessária para esses animais. Muitas vezes, são as próprias demandas do cuidado que afetam positivamente no psicológico da pessoa. Levar para passear, fazer atividade física, tomar sol e brincar exigem que o tutor se coloque em uma postura ativa diante da vida, ainda que pelo seu pet. O contrário também acontece – quando a depressão bate à porta e nada é capaz de mudar esse quadro, muito provavelmente o estado emocional também afetará o animal.
Para além disso, Monique Rodrigues evidencia que mudanças na rotina, como alterações de endereço, viagem de familiares, horas de solidão em casa e até a chegada de novos pets ou bebês podem gerar um impacto emocional significativo. “Situações em que cães, por exemplo, não tenham interações com humanos ou mesmo com outros pets, podem experimentar emoções negativas como tristeza, medo, angústia, entre outras. Além disso, traumas vivenciados também podem interferir no comportamento”, revela.
A mudança de comportamento é o indicativo principal de desequilíbrio mental. A veterinária alerta que é importante observar alterações no apetite, perda de interesse por atividades que gostavam anteriormente, excesso de lambeduras, agressividade ou sono excessivo. Lembrando que, para isso, é fundamental ter como referência o comportamento natural da espécie (etologia). “Apesar de serem mais independentes, os gatos assim como os cães também apresentam comportamentos incomuns em estados de depressão, ansiedade ou estresse. É extremamente importante que os responsáveis pelos pets estejam atentos”, diz a CEO.
Identificando os sintomas
A veterinária alerta para os sinais de depressão, que vão desde a alimentação até a apatia mostrada pelos bichinhos: “falta de apetite, sonolência em excesso, lambedura ou coceira excessiva, olhar triste, não querer brincar ou movimentos repetitivos. Em gatos, destacamos miados constantes, comportamento arisco ou estado de isolamento/reclusão. Vale enfatizar que cada animal responde diferentemente ao sintoma depressivo”.
Já a ansiedade se manifesta nos animais de forma muito parecida com a dos humanos. “Assim como para nós trata-se de uma situação constante de medo ou preocupação excessiva em relação ao futuro, a ansiedade deixa os pets em estado de alerta e em constante estímulo de estresse. Portanto, situações de instabilidade na rotina dos animaizinhos não são positivas para eles”, afirma. Segundo Monique, os principais sintomas de ansiedade são agressividade, postura submissa (andar acanhado ou se abaixar quando for tocado pelo seu dono), falta de apetite, medo sem motivo aparente, lambedura excessiva das patas, choros frequentes, alterações de padrão do sono, entre outros fatores.
Outro distúrbio que acomete os animais é o estresse. Mais uma vez, a análise da linguagem corporal é fundamental para o diagnóstico. Alguns alertas podem ser verificados em certas situações, como quando o cachorro ou gato fica mais carente e tenta chamar a atenção do tutor, apresenta nervosismo, hiperatividade, coceira, comportamento destrutivo, desânimo, latido excessivo, pupila dilatada, respiração ofegante, lambeduras excessivas, alongamentos desnecessários, falta de apetite e assim por diante.
Uma vez reconhecido os sintomas, o primeiro passo para um tratamento adequado é alterar as circunstâncias para uma rotina mais saudável para o animal, com dieta adequada, passeios regulares e, claro, oferecendo carinho, amor e atenção. Também pode ser importante levar o pet para profissionais especializados como médicos-veterinários comportamentalistas ou adestradores. A partir do diagnóstico, os especialistas irão direcionar o animal ao tratamento mais eficaz de acordo com o quadro observado.
Para saber mais, acesse o site da Clinicão: https://clinicao.com.br/
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