Singela Trupe ocupa Centro Cultural Olido

10/03/2023

Singela Trupe ocupa Centro Cultural Olido com apresentações artísticas baseadas em textos e biografia de Machado de Assis

Com trama poética e musical, espetáculo infantojuvenil adapta, de maneira lúdica, contos e a própria vida do escritor Machado de Assis (1839 – 1908). Além das apresentações, a Singela Trupe também oferece oficinas gratuitas

A ironia e as tramas que partem de situações fantásticas ou que dialogam com o universo da infância presentes na vasta obra do escritor Machado de Assis são o mote para a construção dos espetáculos da Singela Trupe, formada pelos atores Barros Batista e Vera Perossi, e que desde 2016 apresenta espetáculos que mesclam a contação de histórias, commedia dell’arte, tradição oral, cantigas tradicionais, músicas autorais e elementos da cultura popular para apresentar as tramas de Machado a crianças e adolescentes. Entre 21 e 25 de março, o grupo apresenta, no Centro Cultural Olido, um espetáculo, uma leitura dramática e duas oficinas – toda a programação é gratuita.

No dia 21 de março, terça-feira, 19h, a Singela Trupe realiza leitura dramática do texto Filosofia de um par de botas, apresentado de forma acessível e dialogando com as referências do mundo infantojuvenil ao trazer uma conversa entre uma bota de pé direito e uma do pé esquerdo.

No dia 22 de março, quarta-feira, às 19h, acontece a Oficina de Leitura de Aproximação aos Clássicos, com Barros Batista. A atividade propõe estudos de textos curtos e históricos sobre o autor e seu contexto histórico, oferecendo mecanismos para uma abordagem criativa a respeito de obras clássicas. Já no dia 23 de março, quinta-feira, às 19h, Vera Perossi oferece a Oficina Recursos Teatrais em Contação de Histórias, compartilhando com o público uma atividade que busca explorar a teatralidade do contador de histórias, fazendo com que essa prática artística seja complementada por recursos e inspirações da comédia popular e de práticas de teatro.

As Letras do Bruxo, espetáculo que será apresentado nos dias 24 de março, sexta-feira, 15h; e dia 25 de março, sábado, 17h, une os textos Carta do gatinho preto e Um Apólogo, de Machado de Assis, em uma obra que pretende dialogar com o público sobre a infância a partir de elementos fantásticos. Carta do gatinho preto é um texto escrito por Machado na voz narrativa de um gato que agradece a pessoa que o ofereceu para adoção. Nela, ele conta como está sendo viver na casa de quem o adotou. Já Um Apólogo é um conto sobre uma linha e uma agulha que discutem para saber qual delas é mais importante.

“Existe uma demanda muito grande de que adolescentes leiam autores clássicos e muitas vezes essa demanda pode vir na forma de uma cobrança. Nossa ideia é pensar numa possibilidade de aproximar os estudantes das obras, que fazem parte da programação pedagógica, de forma mais lúdica e de fácil compreensão”, contam Barros Batista e Vera Perossi.

Sobre Barros Batista
Ator e produtor cultural, graduado em Arte – Teatro, pela Universidade Estadual Paulista – UNESP. Atua no teatro paulistano desde 1999 participando de diversos espetáculos. Em várias produções esteve sob a direção de encenadores renomados: Luís Baccelli, Crystiane Madeira, Carla Camurati, Hamilton Vaz Pereira e Paulo Rocco. Em 2012, indicado, através do projeto Sobre os males que o fumo produz, como proponente de um dos 40 melhores projetos teatrais apresentados naquele ano ao Edital Primeiras Obras do Programa de Ação Cultural da Secretaria Estadual da Cultura – ProAc/SP. No ano de 2011 foi co-fundador do Coletivo Pi, no qual trabalhou em dramaturgia, intervenções públicas e produções colaborativas até 2014.

Fundador da Singela Trupe com Vera Perossi, em 2016, inaugurou um trabalho de pesquisa sobre a vida e a obra de Machado de Assis, transpondo-as à linguagem do teatro-narrativa, direcionado ao público infanto-juvenil. Nessa fase os estudos e apresentações foram desenvolvidos em residência artística no Centro Cultural Tendal da Lapa, em São Paulo, até o final do ano de 2016. Desde 2018, faz atuações solo ou com parceiros convidados numa iniciativa denominada Um homem só e todo mundo, dedicando-se à ocupação e valorização de espaços públicos como centros culturais, escolas e bibliotecas, além de eventos que reforcem a identidade cultural nos bairros da capital, a exemplo de sua participação na Flipenha – Festa Literária da Penha – 2019. Desde 2019 atua na coordenação do MetrôArte, grupo composto por funcionários operacionais do Metrô de São Paulo dedicado a ações culturais.