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Paris+ par Art Basel 2023 e Paris Internationale

Paris+ par Art Basel 2023 e Paris Internationale

Pouco depois da sua emblemática semana de moda, a capital francesa volta suas atenções à arte contemporânea, com a realização da Paris+ par Art Basel, que acontece de 18 a 22 de outubro, no Grand Palais Éphémère. Ao lado de algumas instituições culturais, o evento apresentará um programa público em toda a cidade, gratuito e acessível a todos, fortalecendo ainda mais a cena cultural parisiense.

Com o apoio Projeto Latitude, realizado por meio de uma parceria entre a Associação Brasileira de Arte Contemporânea – ABACT e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – ApexBrasil, a Gentil Carioca, Fortes D’Aloia & Gabriel, Luisa Strina e Mendes Wood DM farão parte do grupo de 156 galerias de 33 países, confirmadas para o evento.

Paralelamente, a Galeria Jaqueline Martins participa da 9ª edição da Paris Internationale, compondo o grupo de 71 galerias de 25 países que, entre 18 e 22 de outubro, ocuparão os 5 mil metros quadrados em quatro andares da Central téléphonique Le Coeur, na rue Bergère, a poucos passos dos Grands Boulevards.

A Gentil Carioca propõe um diálogo entre obras de Arjan Martins, O Bastardo e Denilson Baniwa, três artistas cujas origens se misturam com a construção da identidade do povo brasileiro. Arjan é um artista afro-brasileiro e foi um dos primeiros a investigar questões afro-atlânticas em suas pesquisas. O Bastardo é um jovem artista afro-brasileiro e os temas trazidos em suas obras nos direcionam para o cruzamento entre práticas cotidianas de empoderamento de pessoas negras e gestos habituais de pertencimento a grupos sociais. Denilson é um dos mais importantes artistas indígenas da contemporaneidade brasileira.

Enquanto as pinturas de Arjan investigam conceitos sobre migração, deslocamento de corpos e espaços de luta e poder, O Bastardo traz gestos e imagens de prazer e consumo para contrariar o gesto de violência e sobrevivência como formas de reclamação das atrocidades vividas pela população brasileira. E a prática de Denilson se alimenta de seu ser como artista indígena para inventar outras formas de fazer, onde os processos de imaginar são, à força, intervenções em uma dinâmica histórica pré-estabelecida.

A apresentação da Fortes D’Aloia & Gabriel na Paris+ par Art Basel 2023 parte de um repertório multidimensional de formas e imagens orgânicas, representações de ambientes e fenômenos naturais. Anderson Borba, Marina Rheingantz e Janaina Tschäpe, com suas esculturas e pinturas, respectivamente, empregam uma gama de incidentes de superfície – de raspagens a incisões, colagens e inscrições de bastão a óleo – que evocam processos geológicos e climáticos como a erosão, a sedimentação, vendavais ou tempestades. Erika Verzutti conecta uma temporalidade arqueológica a um ritmo contemporâneo, inscrito em sua abordagem tátil dos materiais, por meio de um relevo de parede que abriga elementos díspares sem hierarquizá-los.

Analogamente, os desenhos de Tadáskía produzem ambientes aéreos em que suas formas estão suspensas, numa configuração onde a cor é fonte de luz e movimento. Frank Walter apresenta um modo observacional, com representações em pequenas

dimensões de paisagens concretas e abstratas. As novas monotipias em tinta a óleo e acrílica de Luiz Zerbini fundem formas biomórficas com a agência técnica humana, enquanto sua pintura parte de florestas tropicais e da anatomia botânica. As fotografias de Mauro Restiffe estruturam-se por vetores arquitetônicos, permitindo que reflexos de natureza e folhagem reflitam e se mesclem no espaço construído.

A Galeria Luisa Strina apresenta uma seleção de obras históricas e recentes de alguns dos nomes mais relevantes da arte contemporânea latino-americana. Práticas como as de Alexandre da Cunha, Marcius Galan e Marepe se manifestam através da habilidade de transformar objetos comuns no espaço, questionando nossa percepção do cotidiano e da materialidade. Em diálogo, as metáforas visuais de Jorge Macchi e Renata Lucas configuram inserções enigmáticas a partir de referências a diferentes campos narrativos. Muitas das obras resultam de contextos de produção recentes, como é o caso das pinturas de Pueblo fantasma, de Magdalena Jitrik, que marcam a inauguração de um momento singular da produção da artista.

O conjunto conta com um ponto de partida baseado em obras de importância histórica, com um arco temporal que enfatiza as transformações das práticas artísticas das últimas décadas. Com uma carreira marcada por sua profunda exploração das conexões entre arte e vida, Anna Maria Maiolino nos surpreende com suas obras que investigam questões de identidade, memória e materialidade. Na instalação Rodos (1978), Cildo Meireles altera as relações de proporção

A Mendes Wood DM leva uma apresentação que destaca a produção de artistas femininas da programação da galeria, como Patricia Leite, Sonia Gomes, Sanam Khatibi, Patricia Ayres, Varda Caivano, Nina Canell, Mimi Lauter, Castiel Vitorino Brasileiro, Maaike Schoorel e Paula Siebra ao lado de obras do espólio de Heidi Bucher, além de revelar uma nova instalação escultórica da artista brasileira Solange Pessoa para a Sites, exposição de obras públicas que se desenvolverá no Jardim das Tulherias, organizado em colaboração com o Museu do Louvre.

Já na Paris Internationale, a Galeria Jaqueline Martins apresenta, pela primeira vez, uma nova série de Ana Mazzei, além dos trabalhos de Lia D Castro e Jota Mombaça. A obra de Ana Mazzei combina formas orgânicas e figurativas com uma sensibilidade geométrica precisa. As suas esculturas tratam da ficção num formato aberto, frequentemente referenciando figuras e passagens do teatro, da literatura, da mitologia e do seu próprio universo pessoal. Jota Mombaça é um artista interdisciplinar cujo trabalho deriva da poesia, teoria crítica e desempenho. A questão sonora e visual das palavras desempenha um papel importante na sua prática, que muitas vezes se relaciona com a crítica anticolonial e a desobediência de género. Já as pinturas de Lia D Castro refletem sobre hierarquias de gênero e raça, história da arte, transfobia e noções tendenciosas de feminilidade, em obras que convidam o espectador a examiná-las de perto. Um poderoso apelo à ação, enfatizando a importância da representação e da inclusão.

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Written by: Lucas Nóbrega

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