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Dia da Educação: como educadores enxergam o ato de educar?
No dia 28 de abril, é celebrado o Dia da Educação, data que foi instituída durante o Fórum Mundial de Educação, ocorrido em 28 de abril de 2000. No Brasil, a educação é um direito garantido por lei (Art. 6º) e assegurado na Constituição Federal. Para colocar essa regulamentação em prática, foram criados alguns documentos normativos, como o PNE (Plano Nacional da Educação) que estabelece 10 diretrizes para melhoraria da educação, entre erradicação do analfabetismo, superação das desigualdades educacionais e formação para o trabalho e cidadania.
Tendo em vista esse cenário, alguns educadores acreditam que, além dessas normas, a qualidade da educação também está relacionada a outros fatores. Magna Assis, coordenadora de segmentos do Anglo Alante, cita alguns pontos que considera fundamentais para uma boa educação nas instituições de ensino. “Ambiente educacional inclusivo, formação continuada para os professores, currículo adequado às necessidades dos alunos, estreitamento da relação entre família e escola e por fim, uma política de valorização de todos os profissionais da educação são fatores necessários para uma educação de qualidade”, enumera.
A coordenadora ainda afirma que apesar de alguns avanços nos últimos anos, o Brasil tem muito a melhorar. “É preciso unir esforços de educadores da iniciativa pública e privada para a construção de uma educação de qualidade para todos, independentemente da idade, classe social ou local em que a escola está inserida”. A partir dessa reflexão, a data se mostra oportuna para educadores e especialistas brasileiros falarem e refletirem sobre o momento atual do Brasil. Confira a seguir:
Tudo começa na educação básica
Para melhorar o ensino é necessário pensar no começo dele – a educação básica, que exerce um papel indispensável na formação de cidadãos. De acordo com Arthur Buzatto, CEO da Vereda Educação, escola que oferece educação integral na formação do Ensino Fundamental ao Ensino Médio, a educação básica tem a missão de promover a formação e desenvolvimento humano dos estudantes de forma global. “Assim, serão capazes de construir uma sociedade mais justa, ética, responsável, inclusiva e democrática, conforme preconiza a Base Nacional Comum Curricular (BNCC)”, completa.
Por isso, é muito importante escolher a escola de modo assertivo, não se pautando apenas na localização geográfica ou reputação da instituição. Segundo Andreia Carter, consultora pedagógica da Rede Pitágoras, entre os principais pontos avaliados no momento da decisão estão a estrutura da escola, o preço da mensalidade e o método de ensino. “Estes aspectos são importantes, mas, quando considerados isoladamente, pode haver uma frustração ao longo do ano da família com a escola. Ambas devem concordar em suas crenças e valores”.
Existe método de ensino certo?
Se os alunos não são iguais, será válido exigir que os métodos educacionais sejam? Na educação disruptiva, por exemplo, a tecnologia e as mudanças sociais devem ser o mote de transformação na sala de aula, preparando os jovens para os desafios desse século e colocando os professores como mediadores do conhecimento para que os estudantes possam participar ativamente dessa construção de saberes. “É um caminho para substituir parte ou totalmente o formato de educação convencional em que o aluno é receptor de conhecimento, tornando-o protagonista da sua aprendizagem e desenvolvendo soft skills ao longo desse processo”, explica Victor Haony, assessor pedagógico da Mind Makers.
No entanto, quando se fala de tecnologia em sala de aula o debate é mais profundo. Estudos recentes indicam que o uso do celular, por exemplo, pode ter efeitos baixos a moderados no aprendizado, mas, ainda assim, comporta finalidades pedagógicas importantes. “Diante desse cenário, a prática da autorregulação do uso do celular emerge como uma ferramenta vital para balancear os benefícios da tecnologia com uma vida equilibrada e saudável, envolvendo a conscientização e controle sobre o tempo e a forma como se usa”, destaca Jonas Sousa, assessor pedagógico da plataforma Amplia, sistema de ensino para a educação básica.
Ou seja, a tecnologia vem se mostrando uma grande aliada das instituições, como mostra um levantamento da ABstartups (2020), em que houve um crescimento de 44% no número de edtechs, empresas que desenvolvem soluções tecnológicos para serviços educacionais. “O uso estratégico da tecnologia proporciona o desenvolvimento dos estudantes de modo integral, abarcando os aspectos intelectual, social e emocional do aluno. Essa expansão é muito valiosa, principalmente na fase da formação”, afirma Felipe Menezes, fundador e diretor de inovação da Maxia, solução que oferece aprimoramento educacional por meio da Inteligência Artificial (IA).
Assim, a tecnologia deixa de ser rival e se torna aliada
Tornou-se quase impossível falar de educação e tecnologia sem citar a Inteligência Artificial Generativa, como o Chat GPT, tão debatido nos últimos tempos. Será que o caminho mais efetivo é ir na contramão disso? “É um avanço irreversível. O que precisamos, na verdade, é trazer aos alunos o que é (ou não) Inteligência Artificial Generativa e quais suas limitações, com uma visão de criticidade”, pondera Esther Carvalho, diretora-geral do Colégio Rio Branco. “É como preparamos as crianças e jovens com os processos cognitivos necessários para continuarem aprendendo e não lançando mão de recursos ágeis e fáceis”.
E cada vez mais instituições integram as possibilidades oriundas da tecnologia em seu dia a dia. “Com doze anos consecutivos como melhores colocados do ENEM, utilizamos a plataforma Plurall para fornecer dados cruciais que orientam o processo de ensino-aprendizagem. O time pedagógico acessa informações detalhadas sobre o desempenho dos estudantes, permitindo um acompanhamento mais próximo”, explica André Ricardo de Castro, diretor do Colégio Fibonacci, fundador do Fibonacci Sistema de Ensino. “Assim, temos um termômetro que vai nos dizendo o caminho que o aluno está seguindo ao longo da formação, se está bom ou não”, explica.
Outra possibilidade trazida pela tecnologia foi o ensino híbrido e adaptado. Com a educação caminhando ao lado dos ambientes virtuais, o modelo misto já foi, inclusive, adotado por escolas. “Essa metodologia combina elementos do ensino presencial e online, proporcionando aos alunos uma experiência mais dinâmica e adaptável”, afirma Aline Castro, coordenadora da Assessoria Pedagógica do Sistema pH.
Mas professores não podem ser substituídos
Quando se fala em melhorar a qualidade da educação no Brasil, um dos pilares para a concretização desse objetivo é o investimento contínuo nos docentes. De acordo com Juliana Storniolo, diretora da FourC Learning, projeto voltado para o desenvolvimento profissional de educadores, a escola é uma comunidade de aprendizes; por isso, é necessária uma cultura de aprendizado tanto para alunos, quanto para os professores. “Precisamos de profissionais bem treinados e atualizados para poderem utilizar métodos pedagógicos eficazes e adaptados à necessidade de cada aluno. Com esse desenvolvimento profissional, eles aprendem e implementam as melhores práticas”, argumenta.
É assim, unindo métodos eficazes, escolas assertivas e bons profissionais, que os alunos aprenderão muito além da sala de aula, incluindo questões emocionais, tão fundamentais para o século XXI. A importância do desenvolvimento das competências socioemocionais desde a infância não se limita apenas à capacidade de se relacionar, mas também engloba a habilidade de liderar a si e aos outros. “Priorizando essa capacidade desde os primeiros anos, estamos preparando as crianças e os jovens para um futuro em que a empatia, a compreensão e a resiliência são tão ou mais importantes do que habilidades técnicas”, explica Heleomar Gonçalves, assessor pedagógico do programa Líder em Mim, que abrange mais de quinze soft skills.
Para Carol Stancati, diretora da Skies Learning, solução de inglês para escolas, a contribuição do bilinguismo vai muito além do desempenho acadêmico e da educação dentro da sala de aula. “Influencia também na empatia, porque o aluno consegue se colocar mais no lugar do outro. Ele compreende melhor e, a partir disso, se relaciona com outras culturas”, aponta.
Até mesmo competências artísticas, cotidianas e físicas têm sido inseridas no ensino de outras línguas. “Além de desenvolver habilidades linguísticas, o idioma é aplicado em outros contextos, como atividades de ciências, práticas do dia a dia, enfatizando a arte e o movimento, porque o desenvolvimento físico também é importante para o desenvolvimento global de crianças e jovens”, explica Ruymara Almeida, diretora pedagógica da rede Red Balloon, sobre o English Program, modelo de ensino oferecido aos alunos entre 3 e 17 anos, que se adapta às necessidades de cada um.
Não à toa, o bilinguismo é um requisito para os estudantes explorarem seu potencial máximo, podendo conhecer outras culturas e aproveitar oportunidades internacionais. No entanto, além de ensinar inglês nas escolas, é preciso se atentar ao modo que isso é feito. “Introduzir elementos de jogos, como competição, desafios, recompensas e progressão, pode despertar o interesse dos alunos, motivá-los a participar ativamente das aulas e aumentar sua dedicação às atividades escolares”, explica Tayrone Medeiros, assessor pedagógico da Eduall, programa bilíngue da SOMOS Educação.
E essa internacionalização pode acontecer desde os anos iniciais, ainda no ensino básico, preparando cada aluno para atuar em uma sociedade globalizada, fomentando oportunidades acadêmicas e profissionais ao nível internacional. Partindo dessa premissa, Lara Crivelaro, CEO da Efígie Educacional, empresa referência em internacionalização da educação no Brasil, destaca que “internacionalizar a educação básica é fundamental”. Segundo a especialista, os ganhos dessa exposição são muitos. “Ajuda a formar cidadãos globais conscientes, capazes de interagir e colaborar com pessoas de diversos backgrounds, promovendo uma compreensão mais profunda e respeitosa entre diferentes povos”.
Tudo pode ser aprendido, inclusive finanças
Embora seja comum associar a educação apenas a conteúdos dados em salas de aulas, como português e matemática, outros tipos de conhecimento são relevantes, como a educação financeira, que traz importantes benefícios às crianças e aos adolescentes. “A própria sustentabilidade familiar depende muito da incorporação do conhecimento sobre finanças no dia a dia, por exemplo”, introduz Taís Magalhães, planejadora financeira da SuperRico, maior plataforma de bem-estar e saúde financeira.
“O adolescente cresce, começa a gerar renda e, frequentemente, não aprende a lidar com o dinheiro, a se planejar, a ter hábitos financeiros saudáveis, que serão fundamentais para quando se tornar adulto, e precisar arcar com suas responsabilidades. A falta deste tipo de conhecimento, no limite, o leva a não se tornar um adulto autossuficiente. Ou ele se torna pai e cabe aos filhos compensarem essa falta de planejamento. Desde criança, é importante saber utilizar o dinheiro de forma consciente e pensar a longo prazo. Isso gerará famílias mais prósperas, com bens futuros para desfrutar e, consequentemente, uma sociedade mais desenvolvida”, garante a especialista em finanças.
Que tal umas dicas de estudo?
Por último, o Dia da Educação é ótimo para conhecer e anotar algumas dicas de estudos de quem entende do assunto. Luana Bezerra, professora de Geografia e analista de coordenação do Curso Anglo, traz algumas orientações para quem precisa se preparar de forma qualificada para o vestibular ter foco. “Em uma aula presencial, o aluno precisa estar focado no conteúdo que está sendo trabalhado, na lousa ou nos slides do professor. Se estiver online, ele deve ter à mão os materiais que são necessários para aquele momento — tablet aberto na página específica ou tela de computador na aula que está acontecendo. Além disso, ele precisa ter ao seu lado itens como caderno, estojo e uma garrafinha de água para evitar levantar toda hora e garantir foco total nos estudos”, conclui.
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