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Dicas para trabalhar o espaço urbano com estudantes

Dicas para trabalhar o espaço urbano com estudantes

A falta de planejamento urbano diante das consequências da crise climática tem se refletido em casos como os de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, em que dezenas de pessoas morreram após deslizamentos decorrentes de chuva extrema, no último mês.

Nesse contexto, torna-se cada vez mais necessário conscientizar os estudantes sobre o desenvolvimento e sobre o funcionamento das cidades para que eles entendam o seu papel no espaço urbano e construam uma sociedade mais participativa e democrática. É o que explica Áquila Nogueira, gestor de projetos educacionais da BEĨ Educação, plataforma de ensino que reúne conteúdos orientados para projetos e novas trilhas de conhecimento.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) do IBGE), cerca de 85% da população brasileira vive em áreas urbanas, o que, evidentemente, se aplica ao universo das escolas. “A maioria das pessoas, e aqui se inserem nossos alunos e suas famílias, vivem em cidades. E entender assuntos referentes ao planejamento urbano possibilita lidar melhor com os problemas e desafios pelos quais passamos diariamente, além de abrir caminho para pensar, imaginar e sonhar soluções e novas possibilidades de viver e interagir com a cidade”, explica o gestor.

Os deslizamentos do litoral norte de São Paulo ocorreram em áreas nas quais a ocupação desordenada tem avançado nas últimas décadas. De acordo com imagens de satélites captadas pela plataforma MapBiomas, não havia quase nenhuma casa nos morros da região da Barra do Sahy até os anos 1990, mas residências levantadas, de forma ilegal, começaram a aparecer no local, sobretudo a partir de 2002.

Áquila Nogueira explica que o estudo das cidades é importante, tanto para a compreensão de desastres como os de São Sebastião, como para uma formação cada vez mais cidadã dos nossos jovens, fomentando a instrução para evitar esse tipo de problema no futuro. “A minha geração aprendeu pouco sobre a cidade em que vive na escola, talvez em iniciativas isoladas de professores específicos. Se pouco conhecemos, como podemos intervir e modificar os problemas que vivemos?”, questiona o educador.

Aprendizado de forma integrada e interdisciplinar

Para que os estudantes estudem sobre o espaço urbano de forma adequada, é preciso que a temática seja trabalhada a partir de diversas disciplinas, de forma integrada. “Quem teve aulas de Geografia e de Ciências sabe que o desmatamento leva à erosão do solo e isso pode gerar desastres, mas esse saber descontextualizado não ajuda a explicar como os desastres seguem acontecendo com regularidade”, ressalta Áquila Nogueira.

“É importante entender a especulação imobiliária, os interesses envolvidos e a construção de políticas públicas para saber não só o que pode ser feito, mas o que, de fato, acontece e as razões por trás das escolhas, até para poder participar no processo decisório e cobrar as instâncias adequadas”, ele explica.

Segundo o gestor de projetos educacionais da BEĨ Educação, o estudo das cidades está associado a diversos componentes curriculares e vai além das ciências humanas. “As Linguagens são centrais na compreensão dos discursos e essenciais para a documentação que pauta essas relações”, pontua Áquila Nogueira.

“Além disso, as Ciências da Natureza ganham cada vez mais relevância na compreensão das relações humanas com o meio em que vivemos. Afinal, a percepção de que os recursos naturais são finitos pauta as decisões que tomamos”, aprofunda.

Para estabelecer uma relação entre o estudo das cidades e a realidade dos alunos, o caminho é refletir sobre a desnaturalização. As consequências da falta de planejamento urbano já fazem parte do dia a dia dos alunos, seja no excesso de engarrafamentos de trânsito, seja no aumento das pessoas em situação de rua, mas precisam ser questionadas. “Quando estimulamos os jovens a olhar ao redor, compreender a realidade e buscar soluções, estimulamos o desenvolvimento de atitudes positivas e cooperativas, o que valoriza o respeito, a diversidade e a pluralidade de ideias”, explica Nogueira.

Aprendizado dentro e fora da sala de aula

Promover debates, assistir a filmes e realizar outros tipos de atividade dentro das escolas são algumas formas de estudar sobre a dinâmica das cidades, mas não podem ser as únicas. “É difícil conhecer a cidade sentado em uma sala de aula”, reflete Áquila Nogueira. “Uma mera volta no quarteirão da escola pode levar a descobertas capazes de mudar a relação dos alunos com o lugar onde vivem e, a partir daí, a caminhos que podem impactar todo o curso de suas vidas”, explica.

Áquila destaca que o educador não consegue oferecer todas essas possibilidades sem o apoio da gestão escolar, que precisa entender a ideia e facilitar o processo. “É importante que a escola invista em atividades externas, como visitas técnicas e invista em ferramentas tecnológicas ou mesmo em materiais mais físicos, como maquetes”, afirma Nogueira.

Aprendendo a viver na cidade
Pensando em apresentar uma abordagem inovadora ao discutir a participação dos jovens em um mundo cada vez mais urbanizado, a BEĨ Educação desenvolveu o material Aprendendo a viver na cidade, que integra diferentes saberes sobre o tema.

Alinhado à BNCC, o material adota a metodologia de ensino orientada para projetos, podendo funcionar como uma eletiva ou um itinerário formativo. Ele é pensado para educadores / docentes de diversas áreas e busca estimular a curiosidade e a autonomia dos estudantes. “Além da exposição de temas como meio ambiente, saneamento, economia e habitação, o material sugere atividades que façam com que a turma pense em como lidar com um problema que seja relevante para ela”, explica Áquila Nogueira.

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Written by: Lucas Nóbrega

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