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Feira Rasga & Quebra
Mais de 60 artistas independentes comercializam suas obras, com linguagens artísticas que incluem técnicas de cerâmica utilitária e esculturas, impressos, gravuras e artes gráficas, nos dias 9 e 10 de dezembro, sábado e domingo, das 10h às 18h, na Ocupação Nove de Julho (Rua Álvaro de Carvalho, 427). Essa é a programação da terceira edição da feira Rasga & Quebra, promovida pela loja Gengibrão, conhecida por impulsionar o trabalho de novos artistas no mercado paulistano, e que acaba de inaugurar sua nova sede (Rua General Jardim, 287), três vezes maior do que a anterior.
Na nova edição da feira, alguns dos destaques são o ateliê goiano de utilitários em cerâmica TêÓ – que traz peças experimentais e únicas, como vasos e cinzeiros; a escultora paulista Mariana Carue, que trabalha com miniaturas em cerâmica; o ilustrador alagoano Herbert Loureiro, que traz referências do nordeste brasileiro e das experiências LGBTQIA+ em personagens vívidos e diversos-; Une Arthur Ortega, aquarelista de Guarulhos que cria prédios próprios inspirados por filmes japoneses, imaginando uma cidade lúdica e fantasiosa; e a manauara Fiztiz – criadora de personagens em cerâmica inspirados em uma mitologia própria.
Também participam Caru – artista visual e tatuador transmasculino natural de Porto Alegre que transita entre pintura e cerâmica, cuja poética vem da dissidência de gênero, ilustrando figuras brincantes que flertam com o monstruoso e o diabólico -; Ceramiká – especializada em esculturas abstratas, vasos e acessórios -; a esculturista Amanda Cursino – cujos bustos de pessoas negras, esculturas e produção de utilitários questionam quais os padrões estéticos esperados pela sociedade -; o carioca Amarlungo – com peças criadas por papel machê e materiais incomuns e reutilizados; a designer paranaense Jessica Koyama – que trabalha com ilustração e desenvolvimento de estampas a partir de um universo singular que mescla flores, pessoas e animais em cores absurdas.
Segundo Oscar Nunes, designer e um dos fundadores da Feira, o evento possibilita a compra direta com o artista que produz, fomentando a economia criativa e a produção de arte independente, criada em grande parte por mulheres, pessoas LGBTQIA+ e pessoas pretas. “A feira também é uma oportunidade para compras de itens não convencionais para as festas de final de ano, além de ser um bom momento de iniciar uma coleção de artes plásticas, já que há muitas obras acessíveis produzidas por artistas de vanguarda, que estão em ascensão”, complementa Oscar.
A Rasga & Quebra tem ainda banca de molduras para que o visitante possa emoldurar as obras adquiridas, chopp, drinks, e o tradicional almoço da Cozinha da Ocupação Nove de Julho, que funciona com chefes rotativos e oferece comida orgânica, feita com alimentos da horta da Ocupação e opções vegetarianas e veganas. O espaço, que está oferecendo cada vez mais atrativos em arte e cultura, também apresenta com obras em exposição na 35ª Bienal de São Paulo (informações aqui) e recebe, na Galeria Reocupa, no primeiro andar da sua própria sede, a exposição REFUNDAÇÃO, com cerca de 130 trabalhos de mais de 100 artistas.
Antigo prédio do INSS, hoje o espaço onde vivem 120 famílias é um exemplo de como um edifício abandonado pelo poder público pode ser transformado por meio das pessoas. Além de moradia, a Ocupação 9 de Julho tem horta comunitária, oficinas, galeria de arte, biblioteca, brinquedoteca e uma intensa programação cultural nos almoços que acontecem todos os domingos e juntam centenas de pessoas.
Em 2000, o grupo da Ocupação 9 de Julho criou o Movimento dos Sem-Teto do Centro (MSTC), coordenado por Carmen Silva com voz ativa e um olhar que acompanha desde os pequenos detalhes à estratégia para participar dos editais e dos conselhos gestores das políticas públicas.
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