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Morando fora do Brasil há 22 anos e com extensa carreira no teatro americano, a artista Carina Haller estreia no cinema nacional e está escalada para a cinebiografia da banda Bee Gees
A indústria do entretenimento tem estabelecido cada vez mais padrões de beleza que são inatingíveis. Profissionais de diferentes áreas têm sofrido com cobranças maiores para se enquadrarem nesse modelo. Carina Haller, que mora fora do Brasil há 22 anos e tem uma extensa carreira no teatro americano, conta que viveu situações de assédio com diretores que fizeram propostas indecentes em troca de papéis. A atriz, que fará a sua estreia no cinema nacional no longa “O Faixa-Preta” e também é uma das estrelas da cinebiografia da banda Bee Gees, desabafa:
“A objetificação das mulheres é real e existe em Hollywood. Falaram para mim ‘se você mostrar os seios, o papel é seu.” No começo achava que a beleza era sinônimo de poder, mas depois vi que as mulheres que ganham fama pela aparência estarão sempre dependentes dos homens que as colocaram nessa posição”.
Carina conta também que enfrentou muitas situações constrangedoras na qual foi julgada pela sua aparência e não pelo seu talento: “Já sofri muito bullying por ser bonita. Outras atrizes e até figurinistas me desqualificaram pela minha aparência. Para ser levada a sério, em algumas reuniões, tive que me apresentar com um aspecto mais ‘feio’.. Quando veem uma mulher jovem e bela logo a enquadram numa categoria de que o único atributo dela é o visual”.
Para a atriz, na sociedade patriarcal em que vivemos, é necessário que as pessoas parem de prestar atenção somente no que os olhos enxergam. As mulheres precisam ser ouvidas e ter espaço para propagar suas ideias:
“Detesto ser elogiada pela minha beleza. Em um mundo voltado para a estética, ser “bonita” é o pior elogio que você pode dar para uma mulher. Quero que as pessoas me olhem para além da minha beleza. Isto é um ato de resistência”.
Carina Haller fará parte da adaptação da história do grupo de pop-rock australiano Bee Gees para o cinema. O longa que será dirigido pelo renomado e premiado diretor Kenneth Branagh, que também esteve à frente de filme como Hamlet (1996), Thor (2011) e Cinderela (2015), é produzido por Graham King, que ganhou 4 Oscars em 2019, pela biografia do Queen “Bohemian Rhapsody”.
Ela ainda não pode contar nada sobre o papel, mas já começou a composição da personagem e confia muito na equipe. “Sei que vou estar em boas mãos. A minha preparação neste momento é estudar profundamente a história da banda Bee Gees, o que está sendo fascinante pra mim”.
A atriz, que saiu do Brasil aos 10 anos de idade e se mudou para os Estados Unidos aos 19 anos sozinha para estudar artes dramáticas na famosa CalArts (fundada por Walt Disney na década de 60), em Los Angeles, já atuou no Brasil na série “Desencontros” exibida pela Sony e pela Netflix e voltou ao Brasil para gravar o filme “O Faixa-Preta”. Essa será sua estreia no cinema brasileiro.
Carina ficou 10 anos em repertório com diversos teatros em Los Angeles. Muitos dos teatros que participou eram casas clássicas como A Noise Within, o maior teatro clássico da Califórnia . Lá fez peças de Shaw, Shakespeare e Pirangello com alguns dos diretores e artistas do país. Também fez a peça “The Diary of Anne Frank” no Simi Valley Cultural Arts Center onde interpretou a mãe da Anne, a Edith Frank. A artista faz parte do casting da agência Untitled, que cuida da carreira de estrelas como Penélope Cruz, Dakota Johnson, Ashton Kutcher entre outros.
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