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Guia de fios: Dra. Luciana Garbelini fala sobre essa ferramenta da dermatologia estética

Guia de fios

A dermatologista Luciana Garbelini explica porque o uso dos fios vem ganhando espaço novamente nas clínicas e entre os pacientes

O uso de fios na dermatologia é algo que nos últimos tempos vem se popularizando, ou voltando a ser mais divulgado. Mas fazer uso dessa ferramenta com viés estético não é algo novo. “Muitos vão lembrar dos termos: fio de ouro ou fio russo. Esses são os precursores, por exemplo, dos tão falados fios de PDO que estão em alta hoje e são um dos tipos de fios que podem ser utilizados na dermatologia estética,” explica doutora Luciana Garbelini, da clínica Luciana Garbelini de São Paulo.

Desde o início, os fios surgiram com o objetivo de serem um recurso que tem como principal função levar sustentação ao rosto. “Foram pensados tendo como parâmetro as suturas médicas, e como alternativa menos invasiva para as microcirurgias que precisavam ser feitas se houvesse a necessidade ou a vontade do paciente de realizar um lifting facial.” Mesmo com o passar do tempo e os avanços que essa nova geração de fios apresenta, a finalidade de ser um mecanismo de suporte segue presente também nos novos modelos. “Os fios mais recentes contam com mais tecnologia e outros benefícios agregados. Além dos avanços científicos envolvidos, outros materiais, tamanhos, indicações, modelos e marcas podem ser encontrados no mercado,” destaca a especialista. “É um tipo de tratamento que nunca acabou, só ficou obsoleto. Porém, está de volta com uma proposta muito mais interessante. Busca ser uma ferramenta multifuncional, conseguindo tratar de forma coligada um número maior de queixas,” frisa Luciana.

Fios e a dermatologia

A técnica de uso de fios dentro da dermatologia estética surgiu por volta dos anos 1980. “As primeiras tentativas de uso desses itens com objetivo de serem um recurso mais eficiente e menos invasivo que uma cirurgia para sustentação facial veio a partir do uso de fios de ouro.” Na época, conta a dermatologista, ainda não haviam outras opções de matérias primas mais tecnológicas e o uso do metal nobre foi a alternativa encontrada. “Porém, com os primeiros usos se percebeu que o ouro era muito rígido para ser utilizado no rosto, região que requer materiais mais maleáveis. Além disso, com o decorrer dos anos e outras mudanças anatômicas foi possível perceber que esses fios poderiam ficar aparente sob a pele, além do relato de problemas com rejeição.”

Já o fio russo, desenvolvido pouco tempo depois, tem como base o polipropileno. “Essa substância é compatível com o corpo, porém assim como o fio de ouro são técnicas definitivas. Isso porque apesar da compatibilidade, esses materiais não são reabsorvíveis pelo organismo”, explica a médica. “Assim, além de serem técnicas caras, também são mais propícias a reações, e não tratam um dos principais fatores que está diretamente relacionado com a necessidade de sustentação do rosto: a diminuição da produção de colágeno e a flacidez decorrente disso.”

A nova era dos fios

Com os avanços na área da medicina estética, hoje se tem a oferta de três tipos de fios mais tecnológicos. Os que estão mais em alta no momento são os fios de PDO (Polidioxanona). Esse ‘implante’ de colágeno conta com uma variedade de modelos e ainda consegue promover outros benefícios em associação. “Os fios tem indicação para áreas onde os bioestimuladores de colágeno injetáveis não possuem orientação para aplicação, como é o caso do entorno da boca e dos olhos.” São minimamente invasivos, ou seja, colocados em consultório e com anestesia local. E têm um efeito que dura em torno de seis meses a um ano, por serem compostos de um material reabsorvível pelo organismo.

O segundo tipo é o fio de PLLA, ou seja, feito a partir do ácido Poli-L-Lático. Essa substância também é um potente estimulador de colágeno, mas o destaque desse fio vai para seu poder de tração. “Promove um efeito lifting imediato devido as suas garras em formato de cone. Além disso, com o estímulo de colágeno no decorrer dos meses seguintes é possível perceber uma melhora ainda mais significativa no suporte facial.” Também são desenvolvidos para aplicação em consultório e tem efeito de tração semelhante aos fios de PDO. sua aplicação é delicada, exigindo profissionais bem experientes.

Double needle ou fiobloc é o terceiro tipo de fio que pode ser encontrado no mercado. Feito de polidioxanona e ácido polilático revestido com caprolactona, em sua composição combina as duas substâncias que compõem os fios de PDO e os fios de PLLA. “De todos é o que apresenta maior poder de tração. A indicação seria para rostos ou regiões mais ‘pesadas’ e que precisam de uma maior sustentação. Também são interessantes para uso no pescoço, diferente dos outros que não promovem um efeito tão significativo nessa área.” Assim como os anteriores, também são colocados em consultório, e não apresenta uma variedade de modelos, como no caso dos fios de PDO, apenas diferentes comprimentos.

Fios de PDO e suas opções

Entre os fios mais atuais, os de Polidioxanona (PDO) são a única opção que oferece alguns modelos/tipos, os tornando uma escolha mais plural na hora do tratamento de diversas necessidades. “O que todos têm em comum é a alta propriedade de estímulo de colágeno. Já com relação a capacidade de lifting, cada formato permite mais ou menos que esse aspecto seja trabalhado no rosto do paciente.”

Se o objetivo é só estímulo de colágeno, com um lifting mínimo, os fios lisos são os que apresentam alta performance nesse sentido, sem que gerem volume. “Além desse estímulo de colágeno, estes também podem ter em sua composição o ácido hialurônico. Essa combinação de ativos contribui para a firmeza e hidratação da pele, melhorando ainda de forma substancial a microcirculação local, outro diferencial,” diz doutora Luciana. “E a aplicação em tramas estimula ainda mais a produção de colágeno.”

Outro modelo são os fios em formato parafuso. Sua configuração espiralada faz com que haja uma área maior de contato com o organismo, o que estimula mais ainda a formação de colágeno. “Esse tipo de fio de PDO permite que também seja acrescentado um sutil volume na área, justamente por conta da sua anatomia. Além dos benefícios decorrentes do estímulo do colágeno.”

Já os fios espiculados são mais indicados para um lifting sutil associado ao estímulo de colágeno. “As espículas aderem à pele, permitindo que essa permaneça esticada por um período um pouco mais longo. Ou seja, é o fio mais versátil, onde é possível associar um maior tensionar da pele imediato, ao estímulo de colágeno que a longo prazo só contribui para a permanência desse efeito.” Mas, a dermatologista reforça: “É preciso lembrar que os fios de PDO têm um poder limitado de tração. Dependendo das necessidades do paciente uma combinação de tratamentos é o mais indicado.”

Uso corporal

Olhando as funções dos fios pode surgir o questionamento do motivo desses não serem tão utilizados em aplicações corporais. “As restrições não são por algum tipo de contraindicação, a questão do uso corporal não ser tão comum está associado a variedade de opções de injetáveis que desenvolvem funções semelhantes, sendo que conseguem ter um desempenho e abrangência melhor em regiões maiores.”

E doutora Luciana finaliza destacando: “Vale lembrar que fios são um mecanismo dentro da dermatologia estética, e assim como toda técnica, tem suas limitações. Nesse sentido, a combinação de procedimentos e produtos sempre vai gerar resultados mais satisfatórios. Os fios não conseguem resolver perdas de volume mais significativas e devolver contornos. É preciso estruturar primeiro, e depois usar o fio para finalizar, dando suporte a tudo que foi ajustado. Assim, essa ferramenta se torna interessante como opção para o tratamento de diversos graus de flacidez, principalmente como forma preventiva, e por permitirem a associação com outros tratamentos.”

 

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Written by: Lucas Nóbrega

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