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Queda de máscaras aumenta “Síndrome da Cabana”

O esperado fim da obrigatoriedade do uso de máscaras, tão comemorado por muitos, tem sido também o gatilho de medo para outros. O professor de psicanálise Ronaldo Coelho revela que a experiência clínica mostra que algumas pessoas vêm apresentando um medo excessivo de sair do modo em que viveram nos últimos dois anos, ainda que agora o momento seja assegurado pelas autoridades de saúde.

Esse receio mais extremo de ressocialização é conhecido como “Síndrome da Cabana”. O termo remete à dificuldade de socialização após longos períodos em isolamento, sem contato com pessoas. “Trata-se de uma ansiedade ou angústia que neste momento aparece associada ao fato de encontrar com outras pessoas sem o uso da proteção e segurança que as máscaras representavam”, explica o psicanalista.

O psicanalista adverte que certo receio ou desconforto neste momento onde a socialização passa a ser novamente demandada, sobretudo para aqueles que estavam contentes por não ter que se haver com a obrigação de estar em contato com outras pessoas e que viam a pandemia como providencial, é bastante esperado. A grande questão, contudo, é quando esses sentimentos ganham o caráter de fobia, passando a desencadear crises e deixar a pessoa rendida, com medo de si mesma, sentindo-se incapaz de retornar à vida social.

Neste sentido, a atitude mais importante é reconhecer o grau de sofrimento que este momento está produzindo e o quanto está verdadeiramente limitando a vida. “O ‘termômetro’ sobre o momento em que é preciso buscar a ajuda de um psicólogo ou de um psicanalista está em perceber o quanto esta angústia ou receio limita as ações na vida de uma pessoa. Se essa postura tira coisas importantes da vida, acabará por tirar tanto que uma hora a própria vida pode começar a perder o sentido. É fundamental que a pessoa não deixe chegar a este ponto. Em qualquer nível de dificuldade de socialização, a terapia pode ajudar, mas, quando se percebe que a vida está muito limitada, aí temos um indicador importante para sabermos que é preciso buscar ajuda profissional”, afirma.

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Written by: Eduarda Costa

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