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Saúde menstrual vai muito além do acesso a absorventes
Mesmo fazendo parte da rotina mensal de milhões de pessoas, a menstruação ainda é um tabu. Por isso, é comum que muitas delas ainda sofram com a falta de informação e tenham vergonha de falar sobre o assunto – até mesmo no consultório do ginecologista. Para combater esse cenário, surgiu nos últimos anos o conceito de saúde menstrual.
A ideia é escapar do estigma de que menstruação é suja e precisa ser higienizada. A nova expressão engloba o direito ao acesso a informações e cuidados básicos de saúde relacionados ao ciclo menstrual.
“Além da falta de acesso a produtos para conter a menstruação, as menstruantes ainda sofrem com a falta de informação sobre o próprio ciclo. São muitos tabus que acabam se transformando em um problema de saúde pública que, embora seja naturalmente mais grave entre as camadas mais vulneráveis da população, transcende classes sociais”, afirma Clara Ibri, co-fundadora da Nua, femtech que trouxe ao Brasil o primeiro absorvente biodegradável, vegano, 100% sem plástico e hipoalergênico.
A marca tem como missão desmistificar o ciclo e promover a saúde menstrual no país. E, como parte desses esforços, lança neste mês uma embalagem especial que traz informações sobre o que cada cor do sangue menstrual pode indicar. A iniciativa foi elaborada com o apoio de ginecologistas, pesquisas e estudos.
“A ideia é não apenas ajudar as menstruantes a compreenderem melhor os seus períodos, mas também conscientizar sobre mudanças que podem indicar que algo não vai bem – e, assim, incentivar também a busca por ajuda profissional, sempre que necessário”, explica Isabelle Parik, também co-fundadora da Nua.
A menstruação rosa clara, por exemplo, pode aparecer nos primeiros dias, mas também indicar algum desajuste hormonal ou deficiência vitamínica se perdurar. A cor laranja, por sua vez, pode significar que o sangue menstrual está misturado a algum a algum fluído amarelado, sinal de alguma infecção.
Na prática, a saúde menstrual inclui o acesso à saúde – como consultas periódicas com ginecologistas e psicólogos –, ter informações sobre o ciclo menstrual – por exemplo, saber identificar as fase do ciclo e as mudanças que cada uma delas promove no corpo – e não ser excluída do círculo social e de outras atividades por causa da menstruação.
Pesquisa da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) de 2021 mostrou, inclusive, que 62% das pessoas menstruantes já deixaram de frequentar diversos lugares, inclusive o ambiente escolar, por vergonha ou medo durante o período, enquanto 73% já sentiram constrangimento nesses ambientes.
Pobreza menstrual
Debatido desde os anos 1980, o conceito de saúde menstrual se popularizou globalmente ao ser reconhecido pela Unicef, que alterou o Dia da Higiene Menstrual, em 28 de maio, para o Dia da Saúde Menstrual.
“Desde 1987, é comemorado o Dia Internacional de Luta pela Saúde da Mulher no dia 28 de maio. A data foi uma conquista da Rede para a Saúde da Mulher Latino-Americana e Caribenha, e sempre teve como um dos seus pilares a dignidade menstrual”, explica Larissa Agostini, internacionalista especialista em saúde menstrual.
A dignidade menstrual se refere à garantia de acesso a produtos e condições de higiene adequados. Os indivíduos que menstruam que não têm acesso a esses direitos sofrem com a pobreza menstrual.
Atualmente, na América Latina, a falta de informação e higiene são os principais desafios, segundo estudo divulgado pela Agência Bori em outubro de 2023. Nele, adolescentes relatam dificuldades de acesso a sanitários, água e materiais absorventes, e falta de informação sobre saúde menstrual.
“Em um cenário onde não se tem acesso ao básico, como água tratada, dificilmente chegam informações de saúde e itens de higiene. Assim, precisamos contribuir para desmistificar a menstruação e levar mais dignidade às menstruantes em situação de vulnerabilidade”, assinala Isabelle.
Para assistir o combate à pobreza menstrual, a Nua doa, a cada venda, absorventes a pessoas que menstruam em situação de vulnerabilidade. A ação, realizada em parceria com o Projeto Luna, também inclui rodas de conversas para levar informações sobre ciclo menstrual com o objetivo de quebrar tabus.
A doação direta de absorventes externos da marca garante que as menstruantes tenham acesso a um meio de contenção que não requer acesso a outros recursos, como água potável, para higienização, fácil de usar e sustentável.
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