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Maior cantora da história do rock brasileiro e da música nacional, Rita Lee se destacou como uma compositora de mão cheia. Capaz de criar canções pungentes e baladas românticas de derreter corações. Morta aos 75 anos na noite de segunda-feira (9), ela deixa um legado inestimável não só para a música, mas para toda a cultura brasileira.
Sua versatilidade resultou em álbuns inesquecíveis, com hits estrondosos. Além disso, a cantora é reconhecida por sua imagem camaleoa, ativista e multiartista. Em sua homenagem, separamos 8 fatos relevantes da rainha do rock. Vêm conferir:
Rita Lee Jones nasceu em São Paulo e desde criança teve contato com a música através de aulas de piano e canto. Aos 16 anos, ela integrou um trio vocal feminino, as Teenage Singers, e fez apresentações em festas de escolas. Mas foi em 1964 que Rita entrou no grupo de rock Six Sided Rockers que depois deu origem aos Mutantes.
Ao lado de Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, Rita fez parte do período mais relevante e criativo do grupo, de 1966 a 1972. Até o dia que Arnaldo Baptista “convidou” Rita para sair dos Mutantes. Assim, ela partiu para carreira solo.
Imagina uma mulher, cantando de rock com letras revolucionárias durante a ditadura militar. Rita Lee foi uma representante da segunda onda feminismo no mundo. Corajosa, ela usou a sua voz contra e, dessa maneira, se posicionou em tudo que acreditava e que quis na vida.
Em entrevistas, Rita sempre falava abertamente sobre o corpo, sexo e muito mais. “Na minha época, diziam que mulher não podia usar calça. Fui lá e usei. Depois me disseram que pra fazer rock tinha que ter culhão. Eu, com meu útero e ovários, fui fazer rock. Diziam também que mulher não podia falar de sexo e prazer. Fui lá e fiz músicas sobre isso”; afirmou em entrevista a Pedro Bial.
Rita Lee foi uma das artistas mais censuradas durante a ditadura militar (1964 e 1985). Das dezenas de trechos de música censuradas, está “As duas faces de Eva”. De acordo com documentos do Arquivo Nacional, os censores acharam impróprio o trecho “Mulher é um bicho esquisito, todo mês sangra”. A música ficou conhecida depois como “Cor de Rosa Choque”.
Outra canção censurada, por exemplo, foi “Banho de Espuma”, que se chamaria “Afrodite”. Com as edições feitas para ser liberada, a música ficou com novo título e foi lançada no LP “Saúde”.
Em 1975, Rita conheceu seu marido, Roberto Carvalho através do amigo Ney Matogrosso. Depois disso, eles não se desgrudaram. A partir de 79, eles começaram a trabalhar juntos e gravaram canções de pop rock, além de baladas românticas e sensuais que mostravam o ponto de vista da mulher.
Além disso, eles construíram família e tiveram 3 filhos. No entanto, somente em 1996 formalizaram a união em um casamento civil. Roberto esteve nos palcos com Rita até as últimas apresentações, quando ela se aposentou, em 2012. A última música lançada que fizeram juntos foi “Change” de 2021.
Existem 25 canções que vão ficar inéditas na voz da autora, mas que estão eternizadas em gravações de diversos cantores. “Colombina”, ecoada na voz de Ed Mota, por exemplo, foi escrita por Rita. Ney Matogrosso também recebeu este privilegio e pode interpretar as músicas “Bandido corazón”, “Amor objeto” e “Vira-lata de raça”.
Já quando se fala em canções gravadas por Rita, “Mania de você” é a mais regravada. “Ando meio desligado” e “Mutante” aparecem eu segundo e terceiro lugar, respectivamente, de acordo com o ranking do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad).
Sem deixar a música de lado, a cantora foi apresentadora em 3 programas de tevê. No entanto, a passagem mais marcante foi no programa Saia Justa, no GNT. De 20o2 a 2024, Rita Lee viveu momentos inesquecíveis com Mônica Waldvogel, Marisa Orth e Fernanda Young.
Rita Lee também tem trajetória como escritora. A série de livros infantis “Dr. Alex”, além de “Amiga Ursa: Uma história triste, mas com final feliz”, tem foco na luta pela causa animal e ambiental. Em 2016 foi a vez do livro “Rita Lee: uma autobiografia”.
No entanto, em março deste ano, a cantora anunciou mais um livro. A “Outra autobiografia” está em pré-venda e chegada nas livrarias em 22 de maio. Rita ainda escreveu “FavoRita”, “Dropz”, “Storynhas” e “Rita Lírica”.
Seu último álbum de músicas inéditas, “Reza”, saiu em 2012. Ao todo, são 40 álbuns e 55 milhões de cópias vendidas, sendo assim a artista que mais vendeu discos no Brasil.
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